sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Terminado o curso, ficou no desemprego

A Elisa, mais nova de três irmãos órfãos de pai, viu partir os manos para Lisboa. Ficou só com a mãe que vivia pobremente granjeando as courelas e cuidando das ovelhas.
A Elisa sempre quis estudar e, com o esforço da mãe e alguma contribuição dos irmãos. licenciou-se em Filosofia, a sua grande paixão.
Terminado o curso, ficou no desemprego. Não desistiu. Nas festas, casamentos e batizados trabalhava numa unidade hoteleira local.  Na  apanha da fruta  e nas vindimas, não perdia um dia. No tempo restante ajudava a mãe a cuidar das terras e a guardar as ovelhitas que apascentava sempre com um livro na mão.
Assim foi amealhando dinheiro para continuar os estudos. Primeiro o mestrado, depois o doutoramento. Atualmente leciona na Universidade.
Nunca ninguém a viu revoltada, ensimesmada, pessimista. Foi à luta com todas as suas forças. As dificuldades caldearam-lhe alma e tornaram-na mais atenta aos outros.


Há quem não trabalhe porque não pode.
Há quem não trabalhe porque não encontra trabalho.
Há quem não encontrando trabalho compatível com o seu grau de formação, enverede por outro tipo de trabalho.
Há quem não trabalhe porque não aceita qualquer trabalho.
Há quem não trabalhe porque prefere ficar em casa a receber os subsídios do Estado.
Há quem não trabalhe simplesmente porque não quer.


Época de vindimas, apanha da maçã e da azeitona. Há empresas agrícolas, maiores ou menores, a pedir mão-de-obra. Embora não sejam ordenados fabulosos (quem os tem?) vão sempre além do correspondente ordenado mínimo.
Conhecemos pessoas que simplesmente não querem, ficando em casa sem nada fazer. Algumas sem ter qualquer subsídio do Estado!...

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